EBD - Teologia do Culto - Lição 8
DEFININDO TERMOS
5. MINISTÉRIO DE MÚSICA - Parte 2
Função do Ministério de Música
Em várias ocasiões já ouvi o “ministro” de música dizer:
“cantem forte que Deus gosta”! “Peço que todos fiquem de pé”!. E se houver
alguém que não pude ficar em pé ou cantar alto?
Deus não aceitará o seu louvor?
Muitos, por limites não podem obedecer estas manipulações e acabam ouvindo: “se
não quer participar do culto, porque veio aqui?”
Muitas vezes quem está sentado
e de cabeça baixa (orando ou chorando ou refletindo sobre sua vida) está
adorando muito mais do que os que gritam, pulam, gesticulam em obediência ao
dirigente. Ministérios que agem assim correm o risco de passar para a
congregação a ideia de que só há uma forma de adora a Deus – a sua. Deus olha
mais para o estado espiritual do adorador do que para a forma como ele o faz.
A sinceridade e o zelo passional,
somados à ideia de um padrão divino podem levar alguns à disputa sobre quem
adora da maneira certa, ou quem tem a revelação do único jeito que Deus deseja.
Este entendimento faz das diferenças, um fator de exclusão e não de
fraternidade. Valor requerido na adoração comunitária. (BATISTA, 2011, 22).
Em João 4:19-24 fica clara a ideia de que Deus não está
preocupado com formas, lugares, posições ou quaisquer outras manifestações
externas de cultuar (4:20). Mas com o estado espiritual do adorador (4:23,24).
Qual, então a função do ministério de música? Quando este ministério adora em
espírito e em verdade, toda a congregação é motivada a adorar assim também.
Não
é manipulando ou dando bronca na congregação que não responde aos seus apelos
que ele vai conseguir fazer com que adorem em espírito e verdade. Levar a
congregação à adoração é função do Espírito Santo e não do homem. O homem
precisa entender que ele é apenas um instrumento que pode ser usado, se se
colocar da forma certa nas mãos de Deus.
É comum se ouvir que o ministério de música tem a
responsabilidade de levar a igreja a adora a Deus. “Ministrar o louvor não tem
a premissa de motivar as pessoas a louvar, e sim de dedicar o louvor para Deus.
Há um enorme perigo dos cultos necessitarem de animadores e não de ministro –
servo.” (BATISTA, 2011, 50). É possível o ministério de música executar seu
serviço sem, contudo, está fazendo para Deus. “Fazemos música sem Deus, ou
fazemos arte cristã sem estarmos intimamente conectados com Cristo.” (NOLAND,
2007, 259).
A competência de levar a igreja a cultuar é do Espírito
Santo. Não haverá culto verdadeiro se ele não for dirigido pelo Espírito Santo.
Paulo mostra sua importância no culto quando diz: “nós que adoramos pelo
Espírito de Deus” (Fp 3:3). Adorar pelo Espírito de Deus implica rejeitar toda confiança
na carne. 1 Timóteo 2:5 diz: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e
os homens: o homem Cristo Jesus”.
O único capaz de mediar qualquer coisa
inclusive o louvor e adoração entre o homem adorador e o Deus adorado é Cristo.
Nem dirigente de culto, nem ministério de música, nem a própria igreja poderá
fazer esta mediação. [...] O dirigente
(é) apenas um receptáculo do dom de Deus, que ocupa uma função, pois afinal um
tem salmo, outro hino ...” (BATISTA, 2011, 137) ou outra função qualquer
durante o culto.
O ministério de música trazer para si esta
responsabilidade é tentar se colocar no lugar do Espírito Santo. A função deste
ministério é servir através da música, adorar, em espírito e em verdade com o
seu serviço, oferecer a Deus a mais elevada homenagem através da música. A
resposta da congregação será fazer o mesmo em louvor e adoração também em
espírito e em verdade.