sexta-feira, 29 de abril de 2016

AICEB: Uma História de Amor.

(Livro em construção)


CONTINUAÇÃO ...

1.2 Vida e Obras de Perrim Smith



“O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus. (Fp 4:19)”

Ele era ainda muito jovem quando seu pai, John Smith, fa­leceu deixando apenas uma viúva, três filhos e como herança, mui­tas dividas. Sendo Perrin o filho mais velho, teria que assumir total responsabilidade sobre sua família. E como tinha grande facilidade com os negócios logo liquidou a dívida e melhorou a situação da fazenda comprando gado de raça e outros animais. Também fez outros valiosos benefícios. 
Mesmo sendo o responsável direto pela família e bens, tinha outro ideal e aos poucos foi preparan­do o irmão Dugal para assumir seu lugar, pois pretendia sair do Canadá e ir para a América do Sul, mais especificamente Argentina, onde a irmã e o cunhado viviam como missionários. Chegou lá em 1903 e pretendia seguir o mesmo caminho, pois estava convicto das necessidades espirituais daquele povo. Estudando a vastidão do Continente Sul Americano, percebeu que os três não deveriam ficar no mesmo lugar, mas que procurassem uma maneira de tentar cobrir toda área carente. 
Ele optou pelo Brasil. Após percorrer boa par­te dele chegou a São Luís - Ma. Ao ouvir sobre a maneira como satanás escravizava o povo do interior do Estado através da idolatria feitiçaria e superstições, não teve dúvidas de que as trevas ali eram densas e que precisava urgente da luz do Evangelho. E, certo do chamado divino, partiu para o interior do Maranhão como missionário.

Campo Missionário
O fim da viagem, numa lancha, foi numa pequena cidade chamada Grajaú. Alugou uma casinha de palha e para pagar o aluguel trabalhava como fotógrafo. Enquanto ia a busca do próprio sustento, aprendia o português e apresentava Cristo como Salvador às pessoas. Logo começou a ver os frutos do trabalho, pois alguns aceitaram a mensagem. 
Sentindo a necessidade de passar mais tempo com os novos decididos para ensinar-lhes sobre a Bíblia e a comunhão entre irmãos, alugou um salão que servia de templo. Mas, não se limitou ao trabalho na cidade. Sempre que podia viajava para o interior levando a mensagem do evangelho.
Por ser um homem sozinho, passava muitas privações e não se alimentava bem. Isto o estava enfraquecendo, pois a labuta era grande. Levou aquela necessidade diante de Deus que logo respondeu mostrando-lhe uma moça, fruto de seu trabalho evangelístico, que seria sua companheira. Ana Tavares de Bastos também não tinha dúvidas de que Perrin era o homem escolhido por Deus para seu esposo. Smith agora tinha alguém com quem dividir suas alegrias, problemas, vitórias, como também uma auxiliadora tanto no lar como nas viagens evangelísticas.
Sempre que chegava a um interior encontrava alguém disposto a lhes oferecer a casa como hospedagem e também como ponto de pregação, mesmo não sabendo do que se tratava. A noite montavam o velho órgão de fole que sempre carregavam. Cantando e tocando atraiam a atenção dos moradores. E quando já havia um bom número de ouvintes curio­sos ele lia a Bíblia e apresentava o Caminho da Salvação. Muitos foram salvos e ali mesmo o Sr. Smith formava um núcleo de oração e estudo da Palavra, livro até então desconhecido.
Durante as viagens receberam do Senhor a primeira filha Any, que veio aumentar a responsabilidade do casal, mas também proporcionar grande alegria, pois era uma bênção do Senhor. Eles não tinham um lar fixo. A maior preocupação era cobrir o máximo possível de lugares com a pregação do evangelho. Estavam constantemente sob o sol equatorial, ou sob chuvas torrenciais; expostos a noites frias, úmidas e mal protegidos a mercê das doenças que eram perigosas para adultos e fatais para crianças.
Foi nestas circunstâncias que Any, com apenas dois anos de idade, na Cidade de Imperatriz, contraiu malária que em pouco tempo a levou para o seio do Senhor. Aquilo trouxe grande tristeza aos pais. Muitos estavam interessados e curiosos para ver como se processava o enterro de uma filha de missionário crente, bem como o comportamento dos pais. Perrin, confortado pelo Senhor, soube superar o momento e, mesmo chorando interiormente, realizou dois cultos, um ainda em casa incluindo cânticos e pregação da Palavra e o outro já no cemitério onde fez outra leitura e oração. 
Não se controlando mais, enquanto descia o pequeno caixão a cova, também descia de seus olhos as lágrimas de um pai que acabara de perder a única filha. Mas, logo se conformou com a promessa divina de que um dia todos estariam juntos na glória e que melhor é estar presente com o Senhor (II Co. 5:3). Isto não os fez desanimar da obra missionária. Certamente teriam outros filhos e seriam responsáveis por eles.
De volta de suas férias no Canadá, Perrin e Ana Smith pediram a direção de Deus e sentiram que Barra do Corda era o lugar para onde Ele os estava enviando. Ao chegarem lá foram bem recebidos por todos os crentes frutos do trabalho de João Batista.
Ali Perrin escolheu um lugar afastado da Cidade porque queria criar os filhos sem a influência maléfica daquele povo tão idólatra e feiticeiro. Com o pouco dinheiro que restava comprou uma área de terra e construiu uma casinha coberta de palha. Adquiriram a primeira vaquinha a fim do terem o leite para alimentar a família.

Recompensas pela Fidelidade
Após alguns anos de fidelidade ao Senhor e perseverança no trabalho, começaram a ver as recompensas. Milagrosamente seu gado, aves e outros animais aumentavam. Também, na plantação foram abençoados e com o produto podariam suprir as necessidades de Barra do Corda com uma população de mais ou menos quatro mil habitantes. Aquela humilde casa coberta de palha agora se transformou numa ca­sa grande onde todos poderiam viver bem acomodados e livres de perigosos bichos que vez por outra invadiam a rústica residência.
Deus os havia provado dando-lhes cinco filhos e levando-os para Si. Agora, também, pela fidelidade de aceitar tudo como soberana vontade de Deus, receberam do Senhor mais oito filhos. Deram àquele lugar o nome de Vila Canadá. Ainda hoje existe esta Vila em Barra do Corda e nela funciona as Instalações do INCRA. A Casa Grande é hoje um museu dos Smith.
Apesar de alguns cordinos não admirarem a “nova religião” que Smith pregava, eles o admiravam muito, pois o tinham como bom amigo, homem responsável e alguém que, com o produto de sua fazenda, supria suas necessidades materiais.
Muitas vezes ao pregar o evangelho nas reuniões normais num salão no centro da Cidade, era atacado por pedradas vindas de pessoas inimigas, mas Deus sempre o protegeu e nunca foi atingido por elas. Durante os batismos realizados no Rio Corda, desordeiros o ameaçavam com armas. Ele parava, orava ao Senhor e pela Sua intervenção tudo ficava calmo e então podia realizar o batismo a vis­ta de todos. Outros, como pessoas influentes e autoridades da Cida­de, não encontrando nele algo que o incriminasse, lançavam-lhes acusações fortes. Uma vez sequestraram um de seus funcionários que estava sendo cuidado em casa por D. Ana. 
Ele havia sido ferindo no pé com um instrumento de lavoura. Os sequestradores acusaram os Smith de terem assassinado e jogado o corpo do funcionário no rio. Não tendo como provar sua inocência, Smith foi recolhido ao cárcere como assassino. Isto provocou grande tumulto em Barra do Corda e muitos afluíram para a cadeia local, onde ele estava preso. A população pedia às autoridades que o libertassem. Ali mesmo em meio a tais circunstâncias o Sr. Smith apareceu na janela da cela e, como nunca vira tanta gente junta aproveitou para apresentar Cristo a todos. Coisa que seria impossível acontecer numa reunião normal, pois eles jamais iriam a um culto. 
Quando terminou o sermão, tendo pregado para quase toda Barra do Corda de uma só vez, verificou que as portas da prisão estavam abertas e ele foi liberto. Como resultado daquela diabólica trama o Delegado perdeu o posto e o prestígio de Smith aumentava cada vez mais. Depois de algum tempo soube notícia de que aquele funcionário estava vivo e sendo tratado em outra cidade. Mas, nunca soube como ele, não podendo andar, chegou até ali.
Mas, nada disso fez com que esse servo do Senhor se calasse. Quando saiu de Barra do Corda para morar em São Luís e depois em Belo horizonte, deixou muitas pessoas salvas e Congregações organizadas. Nunca tomou para si a glória, pelo contrário a deu para quem de fato era dono, Deus. E quando alguém lhe perguntava pelo número de convertidos e Congregações deixadas durante os 50 anos de ministério no Brasil ele simplesmente respondia: ”Não sei. É Deus quem guarda os livros de registros”.

A Despedida do Servo
No dia 16 de março de 1955, antes de completar 80 anos de idade, com passagem aérea para São Paulo onde deveria participar de uma Conferência Bíblica, o Senhor o chamou para Si. Ele se foi, mas deixou um grande exemplo de alguém que, sem sustento financeiro, enfrentou todos os perigos de um país distante e diferente do seu. Fez isto por amor aos perdidos e obediência à ordem de Deus, crendo que Deus supriria todas as necessidades. E Deus supriu, não só as suas, mas de muitos que o cercavam.
Apesar de todos os sofrimentos e perseguições, ele não considerou nada como ruim, pelo contrário, dava graças a Deus por ser achado digno de sofrer pela causa de Cristo.


quinta-feira, 28 de abril de 2016

194ª REFLEXÃO EM SALMOS

Salmo 119: 113-120 - O apego à Palavra, da sabedoria.

Diante das muitas opressões dos inimigos, o salmista continuamente buscava o socorro e o livramento do Senhor. Por causa do grande sofrimento ele achava que esta salvação não chegava nunca. Os dias e noites eram longos demais. Os seus olhos já estavam cansados de esperar que o Senhor se levantasse e corresse em seu auxilio.

Suplicava pela intervenção urgente do Senhor. Os inimigos cada vez mais desrespeitavam a Lei. A situação para ele já estava saindo do controle. Mas, enquanto esperava pelo livramento do Senhor o salmista se apegava cada vez mais à Sua Lei. Procurava viver uma vida de retidão, obediência e amor à Palavra de Deus, pois ele sabia que a justiça de Deus era perfeita e não falharia.

APLICAÇÃO

A explicação da Palavra de Deus tem nos ensinado a agirmos de forma correta em toda e qualquer situação. Muitas vezes nos deixamos guiar por estes ensinos e somos vitoriosos no que estivermos fazendo ou enfrentando. Mas, muitas vezes nos deixamos dominar pela vontade de revide, vingança e desejo de explodir diante da situação ou pessoas que nos oprimem e nos maltratam.

Cada vez que agimos assim satisfazendo, momentaneamente, nossa carne, nos sentimos aliviados. Mas, em seguida vem a sensação de culpa, arrependimento e vergonha, pois acabamos fazendo ou dizendo algo que nos leva a este estado.

Devemos buscar, não apenas, compreender as explicações dos maravilhosos testemunhos do Senhor, mas também obedecê-los. Pois, isso nos garantirá vitória sobre quaisquer inimigos, sejam humanos ou espirituais. Perguntemos diante de cada situação: O que a Bíblia nos ensina sobre como nos comportar diante disto?

quarta-feira, 27 de abril de 2016

aiceb: Uma História de Amor

(Livro em Construção)

1. RAÍZES

Nossas raízes estão ligadas, primeiramente, a um grupo de crentes que morava na pequena cidade de Barra do Corda, liderado por João Batista Pinheiro, um homem com muitos limites, mas com uma profunda convicção de que era o instrumento usado por Deus para anunciar o evangelho àquele povo. Pois Deus escolhe as cousas fracas do mundo para envergonhar as fortes.” (1 Co. 1:28).

1.1  Vida e Obras de João Batista Pinheiro
Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é.” (1 Co. 1:28).

João Batista nasceu em 1850, num pequeno povoado a sudeste do Ceará chamado Icó. Filho de uma família muito pobre e, quando ainda criança, ajudando o pai na lavoura, foi atingido no polegar do pé direito por uma enxada. Por causa disto contraiu framboésia, uma erupção cutânea própria dos trópicos. Com o passar do tempo a perna foi inchando e por causa das feridas, atraia muitas moscas, piorando ainda mais a situação de João Batista. Não demorou muito para que todo o seu corpo fosse atingido.  Algumas partes foram mais prejudicadas. 
No nariz saiu uma ferida que em pouco tempo o destruiu totalmente. Na adolescência, sua família o levou para a cidade grande em busca de tratamento médico. Enquanto aguardava, vivia momentos de grande esperança e ansiedade, pois não sabia o que de fato aconteceria com sua perna já bem infeccionada. Os médicos fizeram tudo o que puderam, mas na tentativa de salvar-lhe a vida, tiveram que amputar sua perna direita, o que o levou a frustrações e desencorajamento.
Em 1877, a região Nordeste, mais especificamente o sertão do Ceará, foi violentamente atacada por grande seca. O Governo, tentando amenizar o sofrimento de seus liderados, providenciou meios para aqueles que quisessem ir a outros lugares em busca de melhores dias. Tendo a família de João Batista ouvido falar de que no Estado do Maranhão a vida era mais fácil e com melhores condições, decidiu se mudar para o município de Viana. A viagem foi árdua até chega ao seu destino. Mas não se arrependeu, pois as chuvas eram regulares permitindo ao solo a produção abundante de frutas e legumes.
 Com a mudança climática brusca e problemas de adaptação, todos sofreram com febre e outras enfermidades. Isto só piorou ainda mais o estado de saúde de João Batista, obrigando sua família a buscar paragens mais saudáveis e que garantissem, pelo menos, sua melhora. Nesta busca, em 1878, chegaram a Barra do Corda, onde se radicaram definitivamente. Não terminaram aqui os seus sofrimentos. João Batista, com o rosto deformado pela falta do nariz, sem a perna direita e sem condições de trabalho, por causa das dores fortes e porque, de vez em quando, arrebentavam as chagas por toda parte do corpo, vivia praticamente a mercê da proteção dos parentes e das esmolas que recebia de pessoas caridosas. 
Como se não bastasse, a terrível doença também atingiu, de forma irreversível, a outra perna. Após dois longos anos lutando contra a doença e sem conseguir bons resultados João Batista viajou para São Luís, capital do Maranhão, em busca de auxilio médico, mas de nada adiantou. Já sem condições de qualquer recuperação a outra perna também foi amputada. Agora o futuro lhe parecia ainda mais aterrador.
Após um longo período confinado no hospital, breve João Batista teria que enfrentar as ruas da cidade. O que lhe parecia uma terrível experiência. O medo era grande, especialmente por causa de sua aparência, agora sem nariz e sem as duas pernas destruídos pela doença. Seria difícil ignorar os olhares que lhe lançariam. Seria difícil enfrentar o olhar casual desdenhoso daqueles que passassem "do outro lado." E ainda tinha que zelar por sua segurança. Em seu coração ecoava a grande interrogação: "Por quê?" Bem no fundo havia uma necessidade de entender, um desejo de encontrar algo que satisfizesse a ânsia de seu jovem coração amargurado.

Já recuperado da cirurgia João Batista teria que voltar para perto dos familiares onde tinha sustento garantido. Mas, em vez de voltar para Barra do Corda, resolveu tentar a vida em Manaus - Am. Após dois anos, não atingindo por lá seus objetivos, retornou para São Luís onde conheceu uma moça chamada Mariana. Esta moça estava disposta a compartilhar de suas poucas alegrias e muitos sofrimentos. Ela, além de devotar seu amor e cuidados ao longo de seu casamento, lhe presenteou com cinco filhos: Azubal, José, Tadom, Antônio e Ezequias Batista Pinheiro. De São Luís retornou para Barra do Corda.
Em Barra do Corda João Batista aprendeu a viver dependente das esmolas públicas. E já não ficava tão desapontado quando seu pedido não era atendido, pois no coração ainda brotava uma pequena esperança de aparecer alguém mais caridoso que lhe daria mirradas esmolas. Por causa da falta das pernas sua locomoção se dava sobre uma tábua pequena com rodas. Com o auxilio das mãos, também protegidas com couro, empurrava este improvisado assento que era preso ao seu tronco.
As condições de vida para ele pioraram muito visto que não poderia trabalhar e em Barra do Corda não havia muitas opções para alguém com limitações como as suas. A mendicância ali não lhe rendia o suficiente para sustentar a família. Com isto João Batista resolveu deixar Mariana na companhia de seus parentes e tendo ganhado passagens foi para São Luís e de lá, no seu limite físico, viajou no porão de um navio até Recife-Pe., em busca de recursos financeiros que garantissem o seu sustento.
Seu Encontro com Cristo          
João Batista levava na bagagem uma imagem de “Nossa Senhora da Conceição”, que pertencia a sua irmã. Ele a estava levando para renová-la visto que já estava bem desgastada pelo tempo. A única forma que João Batista conhecia de culto era através da idolatria. E aquela imagem, depois de restaurada, serviria como companheira nas calçadas de Recife ao esmolar. Serviria, também, como demonstração de sua devotada fé nas virtudes da imagem. Com certeza aquela cena comoveria o coração dos, também, idolatras que lhe dariam esmolas. Com isto, pensava ele, teria dinheiro para suas despesas pessoais e, quem sabe, também o suficiente para guardar e levar para sua família.
Depois de algum tempo de sofrimento naquele vapor por causa de suas condições físicas e escassez de dinheiro, João Batista chegou a Recife e não demorou muito para conhecer os principais pontos da cidade. Pelas ruas se arrastava em busca de pechinchas para aliviar-lhe a fome ou para esquecer seu tão grande sofrimento.
 Numa certa noite depois de mendigar o pão, já bastante desanimado, foi atraído pela musica e cânticos vindos de uma igreja Presbiteriana. Aproximou-se, parou na porta e olhando para dentro da igreja viu que tudo aquilo era totalmente novo para ele. Uma igreja sem altar, nem velas, enfeites ou imagens. Também era novo aquilo que o pregador falava. Pela primeira vez ouviu sobre o evangelho que salva; o único caminho para o céu; Jesus Cristo e o imenso amor de Deus para com o pecador. Pela primeira vez ouviu promessas de vida eterna. Dali em diante passou a visitar com mais freqüência aquela igreja. Reconhecendo seu estado miserável e crendo nas palavras de redenção oferecidas por Cristo, poucos dias depois O aceitou como o único que poderia salvá-lo. Isto aconteceu por volta de 1892.
Logo em seguida foi alimentado espiritualmente pelos seus novos irmãos. Ele tornou-se o ouvinte mais pontual daquele pregador. Também ganhou uma Bíblia e convencido da verdade que havia em Jesus, João começou a estudá-la. Decorou vários trechos (aqueles freqüentemente citados pelo pregador) e aprendia mais e mais sobre a maravilhosa salvação oferecida por Deus a pessoas como ele mesmo. Cristo agora era a razão de sua existência e a Bíblia, a fonte onde encontrava conforto.  A velha imagem que antes era sua companheira de mendicância foi abandonada.  Consigo, agora, carregava a Bíblia. E a mendicância que antes era apenas um meio de sobrevivência, agora se tornou uma oportunidade para falar de Cristo aos seus benfeitores.
À noite, em sua rede, ele refletia sobre o imenso amor de Deus, sobre o desprendimento de Jesus ao tomar sobre Si a punição dos perdidos pecadores. "Que perdão maravilhoso! E é meu para sempre," disse ele ao reconhecer a graça de Deus. O moço conhecia muito bem o significado do sofrimento e a angústia mental que resultavam da dor física, da ansiedade e da solidão. Mas, o seu sofrimento era pessoal, era resultado de doença. Por outro lado, o puro e santo Filho de Deus havia suportado agonias inomináveis em seu corpo e em sua alma, em favor de outros, porque os amava, mesmo sendo eles pecadores. Ele era o único que poderia salvá-los porque era puro; o único que podia redimi-los e destruir aquele que os trazia em servidão. "Aleluia," gritou João Batista enquanto meditava no inigualável amor de Cristo para com os pecadores perdidos.
Como esta mensagem era diferente da superstição, feitiçaria e falsos ensinamentos que abundavam naqueles vilarejos ao longo do rio Mearim! João Batista tinha muitos parentes em Barra do Corda. Começou a pensar neles, no temor que eles tinham da morte e da vida futura e na servidão em que a feitiçaria os trazia. Seus parentes e amigos ainda se encontravam presos pelos mesmos grilhões que um dia o haviam prendido. Quanto mais pensava neles, na condição de escravos em que se achavam, mais crescia a vontade de lhes compartilhar a maravilhosa alegria que agora enchia o seu coração. A verdade que o havia libertado poderia também quebrar os grilhões que aprisionavam os seus. Ele sentiu então a necessidade de levar as boas novas até seus parentes em Barra do Corda.

Sua Visão Missionária
Durante a longa viagem de volta para o Maranhão passou por vários lugarejos esmolando para se alimentar. Enquanto isso, aproveitava para falar do amor de Deus a todos os que dele se aproximavam. Alguns davam a esmola, outros a negavam por ser ele crente e outros davam com uma condição: “que a aceitasse em nome do santo “fulano”. A estas, João Batista se recusava receber. Durante seu retorno Deus providenciou para que nada lhe faltasse. Pessoas se dispuseram a ajudá-lo no que fosse possível. O testemunho de João Batista era visto através de sua coragem em vencer seus próprios limites
Ao chegar a São Luis, João Batista encontrou um grupo de crentes. Contou para eles suas experiências em Recife e como agora era uma nova criatura em Cristo Jesus. O seu coração se alegrou junto com estes irmãos, onde aprendeu mais da verdade e da segurança que a Palavra de Deus oferece aos que recebem Cristo pela fé. Ele participava dos cultos fielmente e logo se tornou membro daquela igreja. Cada dia aumentou mais o seu desejo de levar as boas novas de salvação aos seus parentes em Barra do Corda. 
Mas, como poderia um aleijado como ele viajar sozinho de barco pelo rio a cima até Barra do Corda? Alguém precisaria ajudá-lo. Só de pensar que teria de entrar e sair da barcaça várias vezes durante cada dia da viagem para satisfazer suas necessidades fazia com que sua idéia parecesse impossível de ser realizada. Mas, não havia ele ouvido o pregador afirmar que para Deus nada é impossível? João Batista estava convencido de que Deus tinha um plano para ele. O Deus que nunca falha havia colocado um grande desejo em seu coração e, certamente cumpriria estes planos.
João Batista foi conversar com seus novos irmãos daquela pequena igreja. Eles oraram juntos e lhe prometeram fazer tudo que estivesse ao seu alcance para ajudá-lo. Arranjaram-lhe as coisas que precisaria, deram-lhe um hinário e uma Bíblia e o levaram até a barcaça que já estava abarrotada de caixotes, passageiros e sacos de aniagem com sal bruto. Ajudaram-no subir a bordo e prometeram que se lembrariam dele em suas orações. A lancha se aprontava para rebocar a barcaça, que o povo do norte chamava de batelão, rio acima. A viagem tinha uma duração aproximada de duas semanas. Corajosamente João Batista acenou em despedida para seus novos irmãos em Cristo.
 Em 1893, retornou para Barra do Corda a fim de anunciar as boas novas aos parentes e amigos. Sabia das dificuldades que certamente enfrentaria por causa dos seus limites, mas ardia em seu coração o desejo de pregar para outros e cria que Deus o ajudaria no retorno para sua cidade. Foi assim que empreendeu uma longa viagem até seu campo missionário, Barra do Corda situada as margens daquele rio.
Como as demais, esta foi uma viagem muito incômoda, pois lhe faltavam ambas as pernas para sua locomoção. Tanto os passageiros como a bagagem no batelão eram protegidos do sol e da chuva por um teto de folha de palmeira. Havia pouco espaço para se mover; havia sacos e engradados por todo lado. João Batista precisaria de ajuda para tudo, até para atar sua rede para o descanso da noite. Entre os passageiros encontrou alguns que, vendo sua precária condição, se dispuseram a ajudá-lo em tudo que pudessem. Penduraram sua rede num nível mais baixo, de forma que ele pudesse se arrastar sozinho para dentro. A hora das refeições, aquelas mesmas pessoas prestativas lhe enchiam um prato esmaltado de arroz e feijão retirados de grandes panelas de ferro, que ficavam na popa do batelão sobre fogão à lenha.
O sabor da comida a bordo fez João Batista relembrar sua vida no interior. Para temperar o conteúdo de cada panela o cozinheiro usava um punhado daquele sal bruto. Com grandes colheres de pau ele retirava a espuma que se formava em cima da água fervente. O sal era muito impuro e o que não era sal tinha que ser retirado e jogado fora.
Mesmo assim, o arroz e o feijão feitos ali mantinham aquele sabor distinto do sal bruto.
Durante a viagem ele aprendeu muitas e preciosas lições do Senhor. Uma delas foi a importância daquele sal tão grosseiro, sujo e feio que estava no batelão, mas que tinha a utilidade de dar sabor ao alimento que o sustentou durante aqueles dias. Aplicou aquela lição à própria vida reconhecendo que não era a aparência física que influenciava. Sabia que ainda era imperfeito como aquele sal grosso, mas que Deus o refinaria e o transformaria em algo útil para o Seu trabalho. Reconheceu que o importante era a vida com Deus e o conhecimento de Sua Palavra. João Batista aprendeu na Palavra que ele era o sal da terra “Vos sois o sal da terra.” (Mt. 5:13)  
Será que todo aquele sofrimento pelo qual ele estava passando não era a poderosa mão do Senhor refinando-o para ser muito bem usado? Ele aprendeu a lição e agora estava disposto a desempenhar o papel de “sal da terra” no meio daquela geração perversa que morava em Barra do Corda. Seus companheiros de viagem reconheceram que havia algo diferente em João Batista. Eles ficavam impressionados com a coragem daquele aleijado em vencer suas próprias dificuldades. João era grato por tudo o que ali faziam por ele, e se mantinha sempre alegre e amigo.

 Seu Campo de Trabalho
Ao chegar a Barra do Corda muitas foram as mãos que se dispuseram ajudá-lo a sair da lancha. Seus parentes e amigos vieram recebê-lo e logo notaram grande diferença em João Batista. Não estava triste e abatido como todos esperavam. Apesar de não ter mais as duas pernas, sua aparência era boa e saudável. Parecia feliz e de fato estava. Todos queriam saber das noticias da cidade grande. João Batista não economizou nos detalhes. Mas, existia algo mais importante que ele queria compartilhar. Como ansiava pelo momento de falar para todos sobre a salvação em Cristo. 
João havia voltado ao interior exclusivamente para divulgar a grande salvação, mas ninguém parecia querer ouvi-o. Mesmo assim ele aproveitava cada oportunidade para testificar de Cristo àqueles que só se interessavam por suas experiências nos hospitais e nas viagens. Mas, a única coisa que ele conseguia era despertar o ódio e desejo de perseguição dos cordinos. Isto o deprimia. A Bíblia e a comunhão com Deus o reanimavam muito e o relembravam da gloriosa missão para a qual foi enviado - “Vós sois o sal da terra.” Deus havia lhe dado aquela missão e junto, também, lhe deu um grande amor e determinação.
            Barra do Corda era território de Satanás há muito tempo. O medo aterrorizante de ser punido pela feitiçaria, e por seus deuses por dar ouvidos aquela nova religião, criou uma atmosfera de ódio e violência do no povo contra ele.  A irmã de João Batista, dona da imagem que ele havia levado para Recife, também não estava muito satisfeita por ele ter dado fim naquela tão preciosa relíquia. Mas, apesar de tudo, João continuava se reunindo com os que queriam ouvir da Palavra de Deus e aproveitava para dizer que a idolatria era abominação ao Deus verdadeiro.
A notícia se espalhou rapidamente e logo chegou aos ouvidos do padre responsável pela paróquia em Barra do Corda.  Durante uma reunião dominical, quando João Batista estava com alguns parentes e amigos estudando a Bíblia, sua casa foi violentamente invadida por alguns homens que tinham o propósito de atacá-lo por ordem do padre. Arrancaram de suas mão a Bíblia e foram entregá-la diretamente ao padre. A noite foi feito uma fogueira na praça da cidade, em frente da Igreja Católica e, como sinal de zelo e sob a aclamação dos fanáticos católicos, o padre lançou o Livro Sagrado dentro do fogo, reduzindo-o a cinzas. O objetivo deste insano ato era de intimida João Batista.
Agora estava o missionário sem sua ferramenta. Mas, perseverou na determinação de pregar o evangelho.  Sem demora ele escreveu uma carta aos irmãos em São Luís pedindo mais Bíblias. Pediu também que os irmãos orassem pela sua segurança pessoal. A vida ali para ele estava muito difícil e perigosa.
Enquanto esperava a chegada das Bíblia, João Batista continuou falando às pessoas sobre Cristo, recitando os trechos da Bíblia que já havia decorado. Também cantava hinos que traziam a mensagem de vida eterna. Arrancaram-lhe a Bíblia, mas não puderam arrancar de seu coração o conhecimento de Deus e amor em anunciar Sua Palavra.  Em um deste dias, foi violentamente atacado por uma turma de vadios inimigos do evangelho que o ridicularizavam, o agrediram fisicamente com os pés e até o apedrejaram. Ali foram derramadas as primeiras gotas de sangue em Barra do Corda em defesa do evangelho. Vendo aquela horrenda cena, o Juiz de Direito, que a tudo assistia, correu em sua defesa e o livrou daqueles jovens mal intencionados, ameaçando-os severamente.
A onda de oposição que estava se formando finalmente começou a perder força, pois viam que a vida de João Batista era um exemplo vivo da mensagem transformadora de Cristo. O efeito, tanto do seu testemunho quanto de sua pregação, foi tão grande que aos poucos as pessoas foram aceitando Cristo como Salvador. Sua sobrinha foi uma das primeiras a aceitar Cristo, fazendo sua profissão de fé pública. A partir de então, um por um de seus parentes se converteram, abandonando as práticas religiosas falsas. Pacientemente ele começou a ensinar esta pequena congregação tudo o que havia aprendido sobre Deus.  Ensinava os versículos e os hinos que havia decorado e que se tornaram preciosos. João Batista e a congregação continuaram orando pela chegada das Bíblias que ansiavam por receber.
Tempos depois chegou a resposta de sua carta. E em lugar de apenas um exemplar da Bíblia estavam chegando quatro. Ao entregar o pacote a João Batista o agente dos Correios fez o seguinte comentário: “É bom que o padre não queime estas, porque senão virão dezesseis Bíblias.” A preocupação de todos era se os inimigos do evangelho também queimariam estas Bíblias. Mas, Deus não permitiu que isto acontecesse. As preciosas páginas foram lidas e relidas por aqueles que sabiam ler e todos foram edificados. Através da leitura da Bíblia João Batista viu muitas pessoas conhecendo a Cristo; vidas sendo transformadas; hábitos pecaminosos sendo abandonados.
Os anos se passaram e, após muitas experiências difíceis, surgiu uma pequena igreja em Barra do Corda. Com o coração agradecido, João Batista viu bons frutos produzidos nas vidas dos crentes. Aquela comunidade que nunca se permitira ouvir o evangelho, agora estava sendo transformada pelo poder deste mesmo evangelho. Um grupo de doze famílias salvas se tornou um exemplo de vida cristã para seus vizinhos curiosos e também hostis. Aos poucos outros foram se convertendo e se ajuntando a seus novos irmãos em Cristo.
Em 1901 as famílias Barros, Caetano, Pinheiro e outras já haviam aceitado a Cristo através do testemunho de João Batista. Eram famílias que viviam do cultivo da terra e, como também compartilhavam da mesma fé, decidiram comprar uma propriedade no lugarejo chamado Lagoa da União, município de Barra do Corda, ficando distante de lá 30 km. Formaram ali uma pequena colônia onde poderiam cultivar a terra e sua fé. Algumas pessoas chamavam aquele lugar de “Centro dos Protestantes”. Abdoral Fernandes da Silva o descreveu assim:
Era uma localidade no centro mais denso da mata, destinada ao abrigo de famílias crentes e pobres que se ocupava de cultivar o solo. Era mata sem fim, sem medida, requerida pelo sistema antigo de posse, cujos limites não se conheciam. Naquele lugar não morava ninguém de outro credo. (SILVA, 1997, p. 16)
Logo uma pequena congregação evangélica surgiu em Barra do Corda como resultado do grande esforço de um homem aleijado do corpo, mas com o coração inteiramente dedicado a pregação do evangelho. O grupo crescia e se tornava cada dia mais carente de conhecimento bíblico. Todos oravam incessantemente ao Senhor pedindo que suprisse a urgente necessidade de mais instrução e conforto diante dos permanentes ataques satânicos. Em 1907 receberam como resposta das orações a visita do primeiro missionário naquela região, Sr. Mackenzi. 
Em 1910, o missionário W.M. Thompsom, pastor da Igreja Presbiteriana em Caxias - Ma, andou 70 léguas a cavalo até Barra do Corda, para ver de perto aquele punhado de remidos perseverantes. Ali foram confortados mutuamente e antes de sair o Pr. Thompsom prometeu ao grupo que a Igreja em Caxias daria todo o apoio necessário àquela congregação e que, a partir daquela data, ela estaria anexada ao seu campo de trabalho. Nascia naquele momento uma congregação presbiteriana.
Minorou um pouco as necessidades, mas João Batista não estava totalmente satisfeito, pois era necessário alguém que servisse permanentemente ali. Ele já não dispunha de boas condições físicas visto que a doença agora já atingia a visão e audição. As repetidas crises de febre tornavam ainda mais espinhosa a vida daquele missionário. Destinado a viver preso dentro de uma rede, João Batista passou a liderança do trabalho para seu cunhado Joaquim Pinheiro e, pouco ia aos cultos. Quando isto acontecia era resultado de extremo esforço para chegar até lá.

Os anos se passaram e João Batista já velho, doente, cego e praticamente surdo, limitado tanto fisicamente quanto de conhecimento, sentia que aquele grupo necessitava de mais alimento da Palavra. Piorando cada dia e não tendo mais condições de sair em busca do sustento, se deixava ficar na rede a qual foi transformada em altar de oração e ali elevava a Deus o constante pedido: “Pai, manda alguém de tua escolha para ensinar a estes crentes a Tua Palavra, para que possam aprender a evangelizar, aprender também a alegria de testemunhar, para se tornarem o sal verdadeiro nessa região a fim de que Teu nome seja engrandecido. Amem.”

Resposta de Suas Orações
Em Grajaú, cidade também do interior do Maranhão, há 200 km de Barra do Corda, residia os missionários Perrim e Ana Smith.[1] Em 1911, de passagem para São Luís, chegam a Barra do Corda onde embarcariam para a Capital. Milagrosamente a lancha que os levaria nesta viagem precisou demorar no porto. O casal de missionários, já tendo ouvido falar do trabalho realizado por João Batista, decidiu ir até sua casa para conhecê-lo. Quando os visitantes chegaram, o velho evangelista não teve dúvidas de que suas orações tinham sido ouvidas e que o casal era a resposta de Deus. Não podendo esconder a alegria num brado disse: “Hoje Deus respondeu minhas orações.” Agora seu coração poderia descansar sobre o futuro do trabalho que havia começado. E como Simeão ele também poderia dizer: “Agora Senhor, despede em paz o teu servo.” (Lc 2:29).
 Dali em diante, sempre que podia, Perrin Smith dava assistência àquela congregação e naquele ano realizou mais de 30 batismos. Os crentes lhe pediram para conseguir alguém que pudesse cuidar daquele rebanho tão carente de pastor, pois João Batista já não poderia mais ajudar devido o seu estado de saúde bastante comprometido. Em atendimento ao apelo feito, Smith se comprometeu em transferiria suas atividades missionárias para Barra do Corda assim que retornasse de suas férias no Canadá.  Em 1914, como havia prometido o casal Smith, ao retornar do Canadá, fixou residência em Barra do Corda e continuou o trabalho de evangelização iniciado por João Batista ali na pequena cidade indo com a mesma mensagem por varias cidades e lugarejos do Maranhão.

A Despedida do Missionário
Ainda dois longos anos de sofrimento físico se passaram. No dia 22 de março de 1916 João Batista acordou com febre baixa apesar de estar muito desfalecido por causa das febres altas passadas. Chamou sua filha Azubal e com muita dificuldade, mas com convicção, disse as palavras de Paulo: “Acabei minha carreira”. Poucos minutos depois aquele dia se tornava o melhor de toda a sua existência, pois estava com o Senhor, o que era muito melhor.

Resultados do Ministério de João Batista
Com a chegada de Perrin Smith em Barra do Corda para continuar a obra iniciada por João Batista a cidade foi transformada em um centro de expansão missionária. Aquela congregação, agora igreja organizada, estava prestes a se tornar a mãe de mais uma denominação evangélica no Brasil.



[1] Sua vida e obra estão registradas mais adiante.  

terça-feira, 26 de abril de 2016



Livro em Construção: AICEB, Uma História de Amor

Estou iniciando hoje a pré publicação da obra:

AICEB: Uma História de Amor.

O objetivo é tornar conhecida nossa história.

Conto com a colaboração de todos para ajudar com correção de alguma informação errada. Caso alguém tenha mais informações sobre os temas, também pode dar sua colaboração.


INTRODUÇÃO

Há quase dois mil anos atrás, Cristo afirmou para seus discípulos que sua Igreja seria preservada contra os constantes ataques do inimigo. “Edificarei minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16:18).

Ele sabia das dificuldades, mas de antemão, dava-lhes a promessa e segurança de que, como Igreja de Cristo, seriam invencíveis e vitoriosos. Por quase dois mil anos, contra a Igreja de Cristo, perseguições têm sido desencadeadas, sangue vertidos e vidas sacrificadas.

Nos dois últimos séculos homens dedicados abandonaram seu torrão natal pela obediência a Deus trazendo o evangelho à cidade de Barra do Corda - Ma. Cidade esta tão escravizada por toda sorte de pecado.

A Igreja Cristã Evangélica de Barra do Corda foi apenas mais uma a passar pelas provações, ser aprovada e como recompensa receber o título de mãe de mais uma denominação evangélica no Brasil. E o que ela é hoje deve ao esforço de João Batista Pinheiro, um homem com muitos limites, mas que amava ao Senhor e, do trabalho de missionários independentes que chegaram ao Brasil.

A AICEB (Aliança das Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil), em comparação com outras Denominações, é relativamente nova. Sua origem se deu com a chegada de João Batista Pinheiro em Barra do Corda, no Estado do Maranhão, em 1893.

Seu estabelecimento se deu através do amadurecimento dos pontos de pregação que foram se tornando congregações e posteriormente feito o registro oficial das igrejas filiadas a esta denominação, inicialmente AIE – Aliança das Igrejas Evangélicas, depois AICENB – Aliança das Igrejas Cristãs Evangélicas do Norte do Brasil e atualmente AICEB - Aliança das Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil.

De 1967, data de sua definição como AICEB, esta denominação tem se expandido por todo o Brasil: Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul.

Neste trabalho também está registrada a genealogia de João Batista e seus irmãos. Esta é uma homenagem a este grande homem que não mediu esforços para trazer o evangelho para seus familiares que moravam em Barra do Corda. Barra do Corda aqui é reconhecida como a maternidade onde nasceu a AICEB.
193ª REFLEXÃO EM SALMOS


Salmo 119: 113-120   “Mui Amigo!”

O desabafo do salmista, em relação às pessoas falsas que convivem com ele continua. O que dá alento para enfrentar essa caminhada é saber que o Senhor é o seu abrigo e escudo.

O homem falso pode até se levantar contra ele, mas não terá a resposta esperada que é a destruição do salmista. Ele confia no Senhor, obedece a sua Lei. Sua esperança está firmada nas promessas de livramento que o Senhor lhe fez.

Ele sabe que estas pessoas falsas não são só suas inimigas, mas também são de Deus. E que no tempo certo o Senhor as rejeitará, as destruirá como a lixo, como escória da sociedade. Quanto a ele, busca sempre o amparo do Senhor, pois sabe que ali estará seguro. E é na Lei do Senhor que ele põe toda a sua esperança e consolo.

APLICAÇÃO

A cada dia nos deparamos com pessoas que agem de forma falsa conosco. Se apresentam como amigas mas muitas vezes só querem obter informações sobre nós para depois nos prejudicar. Outras vezes se vendem por “30 moedas de prata” para aqueles que se constituíram nossos inimigos e, mancomunados com eles, nos prejudicam.

Quando estas pessoas não fazem parte do nosso ciclo de amizade, não nos maltrata tanto assim sua falsidade. Mas, quando é alguém que já “sentou à mesa conosco” ou seja, já foi um amigo, a dor da decepção é grande. Pois, jamais imaginaríamos que fosse capaz de tamanha falsidade.

Se fizermos isso com as pessoas será que elas sentem o mesmo? Busquemos ajuda no Senhor para suportarmos a decepção e também, para não agirmos com falsidade com os outros. O Senhor pune qualquer um que assim agir.



segunda-feira, 25 de abril de 2016

TEOLOGIA NO CULTO

LIÇÃO 7 - 5ª Parte

DEFININDO O OBJETO DA ADORAÇÃO

Continuação ...

Como o diabo tem usado a sua tríplice tentação para nos desviar do verdadeiro objeto de adoração que é Deus?

a- Tentação via carne - Publicado anteriormente.
b- Tentação via ambição - Publicado anteriormente

c- Tentação via identidade

Antes do novo nascimento, (Ef 2:1-3) “éramos (...) filhos da ira” (1 Jo 3:10) “filhos do diabo”. Depois do novo nascimento: (Jo 1:12) fomos “feitos filhos de Deus”; (Rm 8:16) “somos filhos de Deus”; (Gl 3:26) “todos sois filhos de Deus”; (Gl 4:4-7). “ porque vós sois filhos”; (Hb 12:5-7) “Deus vos trata como a filhos” porque, de fato, somos filhos de Deus.

Nós temos uma identidade, somos filhos de Deus (1 Jo 3:1). Temos um pai, uma família. Somos raça eleita, povo de propriedade exclusiva de Deus, nação santa (1 Pe 2:9,10).

As bênçãos de Deus descrita no Salmo 91 são para os seus filhos. Para “Aquele que habita no esconderijo do Senhor e descansa à sombra do onipotente”.
Este recebe de Deus, livramento, proteção, segurança, saúde, recompensa, abrigo, ministrarão de anjos, vitória, presença divina, longevidade, entre muitas outras bênçãos. É disto que este salmo trata.


Os filhos de Deus não precisam aceitar os desafios do diabo e de ninguém para provar que são filhos de Deus. Eles só precisam viver como filhos de Deus.