quarta-feira, 20 de novembro de 2019


DEVOCIONAL EM PROVÉRBIOS



4º Devocional – Diário Devocional – 2ª Parte

No devocional passado mostramos algumas observações que Tim LaHaye[1] faz para se tirar o máximo de proveito deste tempo.

Ler diariamente a Palavra, a importância de se definir um tempo, mesmo que seja inicialmente de 30 minutos, escolher um local definido e tranquilo ser distratores e ler a Bíblia com um caderno e lápis na mão para as anotações.

Hoje mostraremos mais duas observações em como potencializar este momento. Também será apresentado um modelo de como fazer nosso devocional.

1.    Ler a Bíblia Devocionalmente - pedir ao Senhor uma mensagem para o dia; lê-la em oração; procurar não interpretar um versículo isolado sem verificar seu contexto. Se possível veja outras versões da Bíblia e bons comentários do texto escolhido.

2.     Escrever um Diário da Vida Devocional. O que conter neste Diário?

a)    Qual a mensagem de Deus para mim? - Uma exortação, um conselho, uma ordem, etc
b)   Qual a promessa de Deus para mim? - Ver quais as condições exigidas. Nunca devemos reivindicar uma promessa de Deus se não estivermos dispostos a satisfazermos suas condições.
c)    Analisar-se à luz do texto – fazer uma auto avaliação para descobrir o que precisa ser mudado em nossa vida à luz do texto estudado.
d)   Como aplicar este texto em minha vida? - Procurar pôr em prática a mensagem de Deus para nossa vida.
e)    Orar sobre o que Deus nos falou -

Exemplo prático de como fazer. O que conter no Diário Devocional
Ø  Texto - 1 João 1:9
Ø  Mensagem de Deus - Confissão de pecados
Ø  Promessa – Perdão dos pecados e purificação de toda injustiça
Ø  Analisar-se à luz do texto – Quais os pecados que eu devo confessar?
Ø  Aplicação Pessoal – Eu vou confessar os meus pecados agora (elencar por nome cada um). Se não lembrar fazer a oração de Davi: “Sonda-me ó Deus e ver se há em mim algum caminho mau”.
Ø  Orar sobre o que Deus nos falou – bem pessoal ...


[1] LAHAY, Tim. Como Estudar a Bíblia Sozinho. Betânia. MG. 1979, p 21



DEVOCIONAL EM PROVÉRBIOS



3º Devocional – Diário Devocional – 1ª Parte

O que leva alguém a ficar tanto tempo na presença de outro com prazer? Podemos aqui dar muitas respostas inclusive que é o amor que sentimos por esse alguém. Dizemos que amamos a Deus, mas muitas vezes demonstramos o contrário. Não buscamos desenvolver comunhão com Ele.

Se realmente amamos a Deus sentiremos prazer em ficar um tempinho à sós com Ele. Tim LaHaye[1] faz algumas observações em como devemos fazer para tirar o máximo de proveito deste tempo de comunhão com Deus através do nosso momento devocional.

1.      Ler Diariamente – “Até a minha chegada, dedique-se à leitura (...)” (1 Tm 4:13). Assim como nosso corpo precisa de alimento diário, nossa vida espiritual também necessita de alimento diário.

Quando não cultivamos diariamente um relacionamento com Deus, o amor que existe entre nós pode ser enfraquecido e até morrer. O amor de Deus por nós não morre, mas o nosso por Ele pode enfraquecer e até morrer.

2.   Marcar a Duração do Tempo – 30 minutos é um tempo bom para iniciar esta experiência de oração, leitura e meditação da Palavra. No início é sempre difícil, depois ficaremos tão envolvidos que esqueceremos a hora.

3.      Escolher um Lugar Definido – É importante escolher um lugar que ajude na concentração; que tenha um mínimo de distratores; um lugar onde poderá ficar tranquilo e sem possíveis interrupções.

4.       Ler com um Lápis na Mão – como já vimos anteriormente, ler o texto por ler não vai deixar gravado em nossa mente a mensagem de Deus. O lápis nos ajudará com as anotações. Além disso, poderemos reexamina depois o que Deus nos falou naquele dia. Reserve um caderno só para isso.

No próximo devocional serão dadas mais algumas instruções em como poderemos aproveitar o máximo de nosso tempo devocional à sós com Deus.





[1] LAHAY, Tim. Como Estudar a Bíblia Sozinho. Betânia. MG. 1979, p 21



DEVOCIONAL EM PROVÉRBIOS



2º Devocional – Meditar e Memorizar a Palavra – 2ª Parte

Como dito no devocional passado, antes de iniciarmos os devocionais em Provérbios, precisamos entender a diferença entre ler, estudar, meditar e memorizar a Bíblia. Qual a importância de cada uma destas etapas no processo de melhor aproveitamento do texto para nossa edificação?

Já vimos as etapas e a diferença entre ler e estudar a Palavra. Hoje veremos mais duas destas etapas.

1.1         Meditar na Palavra - O meditar inclui a leitura e o estudo da Palavra. Meditar significa refletir, falar consigo mesmo sobre o que o texto lhe diz pessoalmente. Brian Broderson (2010, 68) define meditar assim:
Meditar é diferente de uma leitura casual, porque requer mais tempo e concentração. Enquanto estou meditando nas Escrituras, estou orando sobre o conteúdo e, ao mesmo tempo fazendo perguntas a mim mesmo. Para quem isso foi escrito? O que quer dizer? Como se aplica a mim? Quais são as outras passagens que se relacionam com essa?

No ato da meditação é bom ter papel e caneta para anotar as lições aprendidas. Cada um deve achar sua própria maneira, horário e local para isso. É o momento onde vamos falar com Deus e ouvir seus sábios conselhos através da Palavra.

1.4         Memorização – É decorar porções da Palavra. Ter porções da Bíblia memorizada será de grande ajuda em momentos de evangelização não programado; momentos de lutas espirituais; momentos de desânimo espiritual; em momentos de aconselhamento informal entre outros. É uma boa maneira de cumprir o que diz a Bíblia “Habite ricamente em vós a Palavra de Cristo.” (Cl 3:16).

Uma das partes essenciais para o crescimento cristão e comunhão com Deus é o período a sós com Ele através da leitura, estudo, meditação e memorização de sua Palavra. E não há substituto válido para isso.


   DEVOCIONAL EM PROVÉRBIOS



1º Devocional – Ler, Estudar a Palavra – 1ª Parte

Antes de iniciarmos os devocionais em Provérbios, precisamos entender a diferença entre ler, estudar, meditar e memorizar a Bíblia. Qual a importância de cada uma destas etapas no processo de melhor aproveitamento do texto para nossa edificação?

Muitos de nós confundimos ler, meditar e estudar a Bíblia. Achamos ser a mesma coisa. Uma das partes essenciais para o crescimento cristão, para intimidade e comunhão com Deus é o período a sós com Ele através da leitura, estudo, meditação e memorização da Palavra de Deus.

Hoje veremos duas destas etapas:

1.1         Ler a Bíblia – Esta deve ser a nossa primeira ação. Conhecer, panoramicamente, a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. “Neste percurso, o Espírito Santo age lentamente, nos reprogramando e criando em nós uma visão de mundo com base em Cristo”[1].

1.2         Estudar a Bíblia – Estudar já é um passo à frente. É algo que todo cristão deve fazer desde o seu novo nascimento. Aqui há a necessidade do uso de algumas ferramentas para melhor compreensão da Palavra: Concordâncias, Comentários Bíblicos, Dicionário Bíblico, entre outras ferramentas. Na igreja há vários momentos em que a Bíblia é estudada com auxílio de um professor: EBD, Culto de Doutrina, Discipulado entre outros.

Para que haja bom desenvolvimento espiritual há a necessidade de lermos e estudarmos diariamente a Palavra. No próximo devocional veremos a importância de se meditar e memorizar a Palavra.





[1] BROWNBACK, Lydia. Mulheres Sabias – a sabedoria dos provérbios para mulheres. FIEL, São Paulo: 2013, p 67.


sexta-feira, 15 de novembro de 2019




O PAPEL EDUCADOR DA IGREJA

1ª Parte
INTRODUÇÃO

Quando Deus criou Adão e Eva e os colocou no Éden, teve o cuidado de lhes ensinar em como deveriam proceder tanto em relação às suas atividades quanto ao seu relacionamento com Deus. Durante todo o decorrer da história, vemos Deus, através da Bíblia, ensinando o seu povo a viver conforme Ele quer. Era preocupação de Deus, desde o princípio a educação de seu povo. Hoje a igreja local tem a responsabilidade de, através da Bíblia, continuar instruindo o seu povo em como proceder no ambiente onde está inserido, bem como no seu relacionamento com o próximo e com Deus.

Esta educação não é algo que acontece em momentos esporádicos mas, contínua, desde o nascimento cristão até a morte biológica.  A educação cristã transformadora prioriza um ensino teórico-bíblico substancial, bem como associa este a uma prática integral de vida cristã que vise a honra de Deus e o testemunho de seus feitos. A atenção que a igreja local vai dar ao papel educador irá determinar se ela terá sucesso ou perdas no desenvolvimento da maturidade cristã de seus membros.

Esta série “Papel Educador da Igreja” tem como objetivo mostrar à igreja local que ela tem um papel educador, desafiando-a a desenvolvê-lo com esmero e eficiência, cumprindo, assim, o que prescreve a Grande Comissão. Objetiva, também, mostrar que a educação cristã deve ser integral; identificar quais são os promotores e agências de educação cristã na igreja; e, discorrer sobre os objetivos da educação cristã. 

O QUE É EDUCAÇÃO CRISTÃ

A educação cristã, antes de qualquer conceituação, é obediência ao mandado de Cristo que disse aos seus discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos [...] ensinando-os” (Mt 28: 19,20). Neste sentido ela é a continuação permanente do processo que possibilitará o novo convertido a ser um imitador de Cristo. Não basta anunciar o evangelho a toda criatura (Mc 16:15), é preciso ensinar-lhe a ser cristão. Smith (1989, p.17) diz que “Educar significa [...] conduzi-las à prática dos conceitos cristãos como padrão de vida. Inclui ainda o treinamento para as funções da igreja e a motivação para uma vida de serviço em nome de Cristo”.

George (1993, p.16) define educação cristã como sendo: “Todos os esforços deliberados, sistemáticos e sustentados, pelos quais a comunidade da fé procura facilitar o desenvolvimento de um estilo cristão de vida, por parte de pessoas e grupos”. Ela diz ainda que a educação cristã tanto transforma como forma a pessoa, bem como a comunidade. Conforme Downs (2001, p.17), educação cristã “é o ministério de levar o crente à maturidade em Jesus Cristo”.

A educação cristã difere da educação secular no que diz respeito aos seus resultados. Ela é “um convite a algo que deve ser vivenciado, não apenas uma atividade a executar” (SISEMORE, 1995, p.63). A educação cristã prepara o indivíduo para viver em sociedade sim, mas também, vai além. É uma educação com resultados eternos. Por isso o educador cristão precisa assumir a postura de que ele não apenas ministra uma aula, mas é um professor que deve ter todo um investimento de tempo e de preparo para a lição que ministrará posteriormente.

Este investimento inclui preparação pessoal que contempla o estudo, a pesquisa, a construção de objetivos claros, o planejando cuidadoso de cada lição, bem como a escolha dos métodos e recursos didáticos que o ajudarão a comunicar com clareza e exatidão o conteúdo a ser exposto. Também, inclui sua preparação espiritual através da oração, leitura devocional da Bíblia, autoexame, com o propósito de se deixar usar como canal de benção. Quando o educador agir assim, ele se colocará à disposição de Deus, como instrumento sagrado, para que Ele mesmo ministre aos corações dos ouvintes. Só então será realizada uma educação cristã relevante na vida dos alunos.

Educação Cristão não é uma programação para a EBD e nem para o Departamento de Criança, apenas, como muitos acreditam. Mas, é uma responsabilidade da igreja, para a igreja toda, durante o tempo todo visando alcançar cada membro como um todo: intelectual, comportamental, emocional e espiritual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se a igreja for conscientizada do valor de uma educação cristã eficiente, com objetivos definidos e estratégias bem elaboradas ela deixará de ser, em alguns casos, um ponto de encontro de amigos, apenas um local de reuniões informais ou culto de adoração a Deus para se transformar, também, em uma grande e verdadeira instituição de ensino cristão com resultados presentes e eternos.

Quando a igreja tiver um esclarecimento correto a respeito do papel de um Departamento de Educação Cristã e o que ela é capaz de fazer através deste, certamente mudará seu rumo e sua estratégia de ação. Quando a igreja tomar consciência de sua missão educadora e qual a sua verdadeira função aqui na terra, cumprirá a grande comissão de Cristo: ganhar o indivíduo pra Cristo e lhe ensinar a ser cristão. E isto só acontecerá quando alguém lhe disser.

Acreditando nos benefícios que uma educação cristã relevante pode proporcionar, não só ao povo de Deus, mas à comunidade também, visto que seus efeitos se estendem até ela; vendo o quanto algumas igrejas têm estado distante do que se entende por desenvolver seu papel educador e o quanto este ato poderá ser uma mola propulsora no processo de seu crescimento tanto quantitativo quanto qualitativo é que me proponho discorrer sobre este tema, visando uma contribuição ao desenvolvimento pleno da igreja enquanto organização e organismo.

Espero poder contribuir com a igreja local através destes trabalhos. Deus os abençoe.

Mana Lobão
Professora do SCEN
mana.lobao@outlook.com
Facebook: Mana Lobão
Blogger: Coisas de Mana Lobão





O PAPEL EDUCADOR DA IGREJA

2ª PARTE

EDUCAÇÃO CRISTÃ INTEGRAL

    A igreja, através de uma educação cristã relevante, tem como finalidade “a formação integral e o preparo de cristãos, professores e pais, que irão instruir e formar outros” (George, 1993, p.109), com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado (Ef4:12). 

Neste sentido, ela promove o crescimento do crente na sua totalidade: intelectual, emocional, comportamental e espiritual (George, 1993, p.17). Em Lucas 2: 52 diz que “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.” Aqui trata desse crescimento.
 
A Educação Cristã com a Pessoa Toda


    Intelectualmente, a pessoa se desenvolve no conhecimento de Deus, de Seu Filho Jesus Cristo, de Sua Palavra e da Igreja de Cristo. Isto acontecerá através de um currículo relevante no programa educacional da igreja, onde as informações bíblicas serão passadas com fidelidade e idoneidade (2Tm 2:2). Cada vez que um ensino for ministrado, haverá um ampliar de conhecimento tanto do educador quanto do aprendiz. Com isto, todos serão enriquecidos intelectualmente.

    No nível do comportamento, a educação cristã motiva o indivíduo a praticar aquilo que aprendeu intelectualmente, da Palavra (Mt 7:24). Não basta alimentar o intelecto dos membros, é preciso desafiá-los a praticar, cotidianamente, o que aprenderam (Tg1:22). Para isto, o educador precisa incluir no seu ensino um momento de aplicação das verdades bíblicas. Ao desafiá-lo, estará contribuindo para que o aluno veja praticidade e utilidade naquilo que aprendeu. Dessa forma, mais que uma fonte de informação, a educação cristã precisa ser, sobretudo, uma fonte de transformação.

    No nível emocional - Cada pessoa ao chegar à igreja já traz consigo uma bagagem emocional boa ou ruim. Algumas trazem “demandas” que precisam ser tratadas. A igreja é um bom lugar para isto, visto ser composta de pessoas que amam e temem ao Senhor e consequentemente, amam as pessoas que ali chegam necessitando de auxílio.

    Na área espiritual - A “educação cristã é um meio eficaz de ajudar pessoas a crescer em direção a uma maturidade espiritual”. (DOWNS, 2001, p.23). Quando o crente é bem alimentado intelectualmente pela Palavra, quando suas emoções são tratadas, quando seu comportamento é desafiado a ser semelhante a Cristo, a vida espiritual deslancha com mais facilidade. “Se negligenciarmos uma destas áreas, estaremos pondo em risco o desenvolvimento das outras. E, por outro lado, sempre que conseguirmos algum avanço numa delas, isto terá efeito sobre as outras” (HENDRICKS, 1991, p.24).

A Educação Cristã na Igreja Toda

Este ministério envolve a igreja como um todo. É uma forma de servir à comunidade cristã. Não são apenas alguns membros que recebem instrução na igreja, mas a igreja toda está envolvida. “Todos ensinam de uma forma ou de outra, e todos aprendem” (George, 1993, p.19). Em Efésios 4:15,16, Paulo mostra este crescimento em conjunto, visando a edificação de todo o corpo.

    Um dos objetivos da educação cristã é fazer com que os membros do Corpo sirvam uns aos outros “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef4:11,12). A educação cristã inicia no momento em que a evangelização, com a salvação do indivíduo, termina. Ele foi ganho. A partir daí é iniciado o processo de se ensinar o crente a ser um imitador de Cristo.

A Educação Cristã Durante o Tempo Todo

Se a educação cristã “é um processo contínuo de crescimento a partir do nascimento até a morte” (George, 1993, p.17), ela não é realizada, apenas, durante uma hora de estudo, em alguma agência educacional da igreja que funciona alguns dias da semana. Para que o ensino alcance a pessoa toda, em toda a igreja e o tempo todo, é necessário que a educação cristã seja realizada por meio de dois tipos de ensino:

 a) Informal - este ensino é realizado através dos relacionamentos; da convivência diária; do testemunho vivido e falado; nos diálogos feitos de maneira informal; fora da sala de aula; em um ambiente descontraído; na hora das refeições e passeios (Dt 6:7). Este é o tipo de ensino que ocorre através do exemplo.

b) Formal – É o ensino realizado através das agências de educação na igreja local – EBD, Culto de Doutrina, nos Departamentos da Igreja entre outras, com tema, currículo, professor, aluno, etc.

Ganhar pessoas para Cristo é apenas o começo. É “mister cuidar em seguida da formação dos hábitos cristãos, os quais resultarão num caráter ideal modelado pela Palavra de Deus” (GILBERTO, 1986, p.140). É responsabilidade da igreja fornecer uma educação cristã formal aos seus membros. Estes, por sua vez, deverão, de maneira informal, através de suas palavras e de seu testemunho pessoal, compartilhar com outros esse ensino aprendido e vivenciado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação cristã é a base para o desenvolvimento espiritual da igreja. Através dela a igreja é levada à maturidade cristã sem a qual seus membros jamais chegarão “à estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4: 13). É ela quem acompanha a pessoa desde o seu novo nascimento até ao final de sua vida estimulando o seu desenvolvimento pleno. Logo, a educação cristã não é algo que acontece apenas em um momento na vida da igreja, ela deve ser contínua e envolver toda a igreja, em todo o tempo trabalhando a pessoa toda.

REFERÊNCIAS

DOWNS, Perry G. Introdução à educação cristã: ensino e crescimento.  São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
George, Sherron K.  Igreja ensinadora: fundamentos bíblico-teológico e pedagógico da educação cristã.  São Paulo: Luz Para o Caminho, 1993.
GILBERTO, Antonio.  Manual da escola dominical.  8. ed.  Rio de Janeiro: CPAD, 1986. 
HENDRICKS, Howard. Ensinando para transformar vidas. Venda Nova- MG: Betânia, 1991.
MENDES, Wohglaides Lobão Mendes. Nova Realidade para a EBD. São Luis: Graffias, 2006.



O PAPEL EDUCADOR DA IGREJA

3ª PARTE

Promotores e Agências de Educação Cristã

              A educação cristã não se limita a um trabalho feito por mulheres e direcionado para crianças. É uma responsabilidade de toda a igreja para a igreja toda, como anteriormente ressaltado. Afinal, educação cristã é ensinar alguém a ser imitador de Cristo.

1.         PROMOTORES DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

1.1    O Pastor - faz educação cristã quando ministra os seus sermões e estudos; nos aconselhamentos individuais e coletivos ou em qualquer outra ocasião que jugar oportuna. Ao ensinar que o viver cristão objetiva a medida da estatura de Cristo, ele estará fazendo educação cristã. 

1.2    Os Departamentos - de adultos, jovens, adolescentes, crianças ou quaisquer outros, fazem educação cristã quando ensinam verdades a respeito de Cristo, incentivando seus componentes a serem seus imitadores.

1.3    A EBD - faz educação cristã quando, através de seu currículo, proporciona competências e habilidades para a vida cristã e para o exercício do serviço cristão.

1.4    As Famílias - fazem educação cristã quando obedece às recomendações bíblicas de ensinarem a seus filhos tudo o que sabem sobre Cristo. Neste sentido, a igreja é um complemento dessa aprendizagem por acrescentar sistematização.

1.5    Cada Membro da Igreja - do mais jovem ao mais idoso, faz educação cristã, quando ensina alguém a ser um verdadeiro cristão, através de palavras e ações.
A educação cristã foi norma na igreja primitiva. Todos aqueles que iam aceitando Cristo, se juntavam ao grande grupo e, com ele, “perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2:42). Com isso iam sendo fortalecidos espiritualmente.

2.         AGÊNCIAS EDUCACIONAIS DA IGREJA

            Agências de Educação Cristã são as atividades que a igreja local utiliza para realizar a educação relevante. Elas acontecem durante a semana, são distribuídas nas várias programações da igreja. Todas as atividades da igreja que têm como objetivo ensinar alguém a ser imitador de Cristo, é uma agencia de educação da igreja. Exemplo: EBD; Culto dos Departamentos de União Masculina, Feminina, Jovens, Adolescentes e Crianças; Culto de Estudos Bíblicos; Culto de Celebração, entre outros.

Algumas Agências de Educação Cristã da Igreja Local

1.     Culto de Estudo Bíblico – É um culto que tem como principal objetivo ensinar as doutrinas bíblicas para a igreja.

2.     Culto aos Domingos à Noite – Têm como objetivo a evangelização, adoração, comunhão, ensino da Palavra, ações de graças entre outros. Todos estes cultos podem ser considerado como agência de educação, pois independente do motivo, sempre em sua liturgia contém algum ensino.

3.     Culto de Departamentos – de criança, adolescentes, jovens, união feminina e masculina ente outros. Cada um deles tem sua programação voltada para seu público alvo. A exemplo dos itens anteriores, estes prestam um relevante serviço à educação cristã para a igreja. Pena que muitos destes departamentos não estão aproveitando esta oportunidade educadora.

5       Liturgia Cúltica - A educação cristã deve estar contida em todas as partes do culto. Ensina-se através de uma leitura bíblica; de uma oração correta; de músicas teologicamente corretas, entre outras. Isso posto, vê-se a importância de examinar bem cada ação a fim de que não haja incoerência com as Escrituras.

6.     Escola Bíblica Dominical - EBD - Esta é a agência educacional mais completa de todas, pois apresenta em sua estrutura a função única de ensinar a Bíblia aos seus educandos. Alunos, estes, que estão divididos em classes conforme a faixa etária e em alguns casos, grupos de interesse. Esta escola obedece, também, a um currículo previamente elaborado para que o corpo discente tenha um conhecimento bíblico gradativo e sistemático.

7.     Grupos Pequenos ou Familiares - São grupos que se reúnem nas residências com o objetivo de desenvolver comunhão com Deus e com os irmãos. Aqui os salvos são firmados na fé cristã e capacitados a compartilharem com outros daquilo que receberam. Este momento também é usado para evangelizar os “sem Cristo” que comparecem ao grupo a convite. Esta não é uma invenção moderna. Uma das práticas da Igreja Primitiva era a reunião nos lares. (At 2.46,47; At 12.12; Rm 16:3-5, 14-15; Fm 1-3; I Cor 16:19).

8.     Curso Bíblico Básico - CBB
Não é justo e até temerário entregar, aos colaboradores da igreja, uma responsabilidade sem antes capacitá-los para o exercício de suas funções. Isso compromete a eficiência e a consequente excelência. Para isto a igreja pode criar cursos bíblicos básicos visando dar a cada colaborador a oportunidade de aprender mais sobre a Bíblia. Este curso não tem o propósito de substituir a formação teológica que alguns são chamados a fazer. Seu propósito é de preparar os membros da igreja que estejam dispostos a realizar a obra do Senhor de forma mais eficiente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como abordado anteriormente, a maneira como a igreja vai lidar com o seu programa de educação cristã é que determinará o seu sucesso ou perdas. Ela precisa desenvolver um ministério educacional que possibilite as pessoas chegarem à estatura de Cristo (Ef 4: 13), e ao desempenho de seus dons e serviços.

                   A igreja precisa colaborar para que o salvo aprenda o conteúdo da Bíblia com mais profundidade e de forma programada, de modo que contribua para o suprimento de suas necessidades de conhecimento bíblico e de sua firmeza espiritual a fim de que não se deixe levar por qualquer vento de doutrina (Ef 4:14).

Mana Lobão
Professora do SCEN
mana.lobao@outlook.com
Facebook: Mana Lobão
Blogger: Coisas de Mana Lobão




O PAPEL EDUCADOR DA IGREJA

4ª PARTE

Objetivos da Educação Cristã na Igreja


GEORGE, (1993, p.39), diz que os principais objetivos da educação cristã na igreja são o aperfeiçoamento dos cristãos e a edificação dos lares cristãos a fim de que interfiram na transformação da sociedade onde estão inseridos.

a)  O aperfeiçoamento dos cristãos

O aperfeiçoamento do cristão individualmente deve ser o primeiro objetivo de qualquer ação educacional na igreja. Este aperfeiçoamento é tanto para o serviço quanto para a edificação do corpo de Cristo, “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo (Ef4:12)”. 

Deve ser para o desenvolvimento integral de cada crente, “advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1:28). Também, é para a edificação mútua, “Habite ricamente em voz a palavra de Cristo; instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria (Cl 3:16)”. Quando os indivíduos são bem educados na vida cristã eles não terão dificuldades de formar um lar cristão onde o amor a Deus estará sobre todas as coisas.

b)     A edificação de lares cristãos
Esta edificação se dá a partir de uma educação cristã relevante na igreja, através de suas agências educacionais e currículos que contemplem este conteúdo. Aqui as famílias são nutridas com o alimento espiritual. Também, são instruídas em relação a uma vida familiar santa, baseada na Palavra de Deus. Maridos, esposas e filhos são instruídos em como viver a vida comum do lar com respeito mútuo. “As crianças veem o certo e errado nas palavras, atitudes e ações dos pais, [eles] ensinam formalmente e informalmente no lar.” (GEORGE, 1993, p.40).

    Os pais têm uma grande influência na formação dos filhos. Algumas horas no domingo à noite, outras na EBD e outras nos cultos semanais na igreja não são suficientes para a formação de um caráter cristão. Há necessidade de grandes interferências da família nesta formação durante as 24 horas que passam juntos.  Foi ordem do Senhor que os pais educassem seus filhos nos seus caminhos - “tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentados em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te. (Dt 6:7)”. Mas, para que isso aconteça é necessário que os pais aprendam como fazê-lo.

    Os programas educacionais da igreja têm todas as condições para habilitar os pais na criação dos filhos dentro das prescrições bíblicas “O lar, portanto, precede, segue e é completado pela Educação Cristã que se realiza na igreja.” (GEORGE, 1993, p.105). Quando os familiares aprendem na igreja sobre essa vida familiar santa, tal conhecimento se estende para sua vida prática e convivência no lar. 

Portanto, a educação cristã na igreja tem grande influência positiva na vida das famílias que são por ela assistidas. Estas famílias firmadas na Palavra e vivendo uma vida cristã exemplar, terão condições de interferir, de forma positiva, na sociedade onde estão inseridas.

c)     A transformação da sociedade

Quando o crente é bem educado na igreja, através do estudo sistemático da Palavra, ele tem condições e a responsabilidade de interferir, positivamente com seu testemunho, na sociedade em que vive. Com isso ele pode colaborar na sua transformação. É responsabilidade da igreja, como um todo e de cada pessoa individualmente, ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5: 13,14) e, como tal, influenciar na transformação da sociedade. “Quando os valores cristãos, como justiça, paz, reconciliação, alegria e esperança são introduzidos na sociedade do mundo, há transformação”. (GEORGE, 1993, p.41).

Cristo, em um dos seus sermões disse aos seus discípulos que eles eram o “sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5:13-16). Uma das funções do sal é dar sabor à comida. É torná-la, na medida certa, prazerosa. Atos 2:47 diz que a igreja primitiva tinha a simpatia da comunidade. Esta comunidade tinha prazer com a presença daquela igreja ali. O texto citado diz: “louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia os que iam sendo salvos”.

A outra função do sal é preservar ou evitar a putrefação. Mas, para que isso aconteça, o crente precisa sair das quatro paredes do aconchegante saleiro, das elegantes despensas eclesiásticas e ir até onde o povo carente está. A atitude do cristão não é de se retirar desta sociedade corrompida pelo pecado, mas de “a si mesmo guardar-se incontaminado(Tg1:27).

O cristão, também deve ser a luz do mundo. Uma luz que brilha se opondo às trevas. Uma luz que guia a humanidade perdida até aquele que é a Luz do mundo. Essa luz não pode ficar escondida entre quatro paredes e no seu aconchegante velador, mas tem a ordem de sair e anunciar o Evangelho transformador para os sem Cristo (Mc 16:15). O propósito de Deus é salvar a humanidade e para isto escolheu a igreja para esta função. 

Mas, se ela não proceder como sal da terra e luz do mundo aqueles que estão se deteriorando e vivendo em profundas trevas por causa do pecado, jamais poderão ser salvos. Mas, da igreja será cobrado isto.  Ezequiel 33:8 diz: “Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão”.

Muitas vezes, parece que Mateus 5:13, 14 é interpretado assim: “vós sois o sal e a luz da igreja”. Se assim o for, os crentes podem ficar dentro do confortável saleiro eclesiástico e embaixo da protetora redoma. Serão edificados mutuamente, crescerão no conhecimento da Palavra. Só que não terão nenhuma utilidade ou influência na sociedade em que vivem. Mas, a igreja foi escolhida para o desempenho de um duplo papel: ser “sal da terra” – para retardar ou impedir o processo da corrupção moral e espiritual e ser “luz do mundo” – para dissipar as trevas espirituais da sociedade em que vive sem se contaminar com suas seduções. 

Se agir como tal, ela conseguirá “proclamar as virtudes daquele que vos tirou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9) e cumprirá com seu papel educador e transformador: “Quando no mundo, Jesus estabeleceu a Igreja para continuar a missão da reconciliação do homem com Deus. Hoje, ele continua a estabelecer igrejas com a mesma finalidade.” (SMITH, 1989, p.12). O alvo de Deus é o mundo mas, é a igreja o instrumento de Deus para alcançar o mundo.    
  
Efésios 2:1 diz que Cristo “vos deu vida estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,”. “Gerar vida é o objetivo maior da Educação Cristã”. (GAGLIARDI, 1995, p.33). Vida nova em Cristo, uma vida plena e abundante: “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo10:10); vida produtiva: “eu vos escolhi [...] e vos designei para que vades e deis fruto” (Jo 15:16); vida madura conforme a imagem de Cristo: “também os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho” (Rm 8:29).

A igreja, portanto, tem o objetivo de “aperfeiçoamento dos cristãos, a nutrição de lares cristãos e a transformação da sociedade” (GEORGE, 1993, p.42) tendo vida transformada e educada através de suas agências educacionais.


Referências
George, Sherron K.  Igreja ensinadora.  Luz Para o Caminho, Campinas - São Paulo: 1993.
SMITH, Cathrym. Programa de educação religiosa. 5ª ed. JUERP, Rio de Janeiro: 1989.